Lilian Pacce é a pocket-entrevistada da semana. Jornalista experiente na área, Lilian colabora com alguns dos principais jornais e revistas do Brasil, além de ser responsável pelo programa de TV semanal GNT Fashion. O melhor de seus artigos e reportagens está no livro “Pelo Mundo da Moda: Criadores, Grifes e Modelos”. Com vocês, Lilian Pacce em algumas perguntinhas básicas:
BM - Na moda também existe o chamado “gênio incompreendido”?
LP – Super existe. Geralmente são aqueles que não vão bem por falta de talento, mas se acham incompreendidos. Ser gênio incompreendido na moda significa ser incompetente, demonstra que você não está conectado com o zeitgeist (*), que é fundamental para ser bem-sucedido, já que a moda, necessariamente, deve ser reflexo de seu tempo. O estilista que se acha incompreendido na verdade não compreendeu os outros.
(*)Zeitgeist é uma palavra alemã que significa “espírito da época”
BM – Qual dos grandes estilistas você acredita que teve a carreira mais surpreendente?
LP – Chanel, sem dúvida. Órfã, pobre, praticamente garota de programa. Tinha tudo pra dar errado. Virou sinônimo de elegância.
BM – Nos últimos anos, o Brasil ganhou uma posição de maior destaque na mídia mundial. E a moda brasileira, como vai de mundo?
LP – Vai indo… Temos agora Pedro Lourenço, um nome em ascensão fazendo bonito em Paris e conquistando territórios mundo afora. Mas não gosto desta história de moda com nacionalidade. Moda com M maiúsculo deve ser universal.
BM – Qual foi até hoje o momento glorioso na sua carreira como jornalista de moda?
LP – Graças a Deus são muitos! Adoro minha profissão, tive grandes oportunidades e o privilégio de conhecer e entrevistar ícones como Karl Lagerfeld, Tom Ford, Marc Jacobs, John Galliano, Pierre Bergé e muitos outros. E de conviver nos bastidores da moda, acompanhando processos de criação de nomes como Gloria Coelho, Alexandre Herchcovitch, Ronaldo Fraga, Reinaldo Lourenço etc e tal. Já sou meio jurássica na moda, fico feliz de ter colaborado com a profissionalização do setor no Brasil. Me sinto privilegiada e agradeço por isso.